quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Crianças indígenas viajam 4,4 mil km para receberem próteses de pernas

(Foto: Adriana Oliveira / Ortopedia Fubelle)

Meninos de 10 e 12 anos foram atacados por cobras no Vale do Javari, AM.

Eles foram atendidos por grupo de médicos voluntários de Campinas, SP.


Duas crianças indígenas percorreram 4,4 mil quilômetros, entre uma comunidade no Vale do Javari (AM) e Campinas (SP),
para receberem próteses de pernas doadas por uma empresa e conseguirem voltar a andar. Os meninos Natalino, de 10 anos, e Clebson, de 12, foram atacados por cobras no mês de julho e tiveram de sofrer amputações por causa da falta de atendimento médico adequado na região.

"Eu fiquei muito triste", lamentou o pai do garoto mais velho, Sebastião Marubo. A família vive em uma aldeia localizada a oito dias do hospital mais próximo. O dano poderia ter sido evitado, caso houvesse soro contra o veneno na comunidade. "É aquele em pó, que não precisa de geladeira. O Brasil tem a tecnologia para fazer, mas a argumentação é de que isso é caro", criticou o médico voluntário Ricardo Affonso Ferreira, que participa do grupo Expedicionários da Saúde.

Recuperação
Com as próteses, o profissional disse que as crianças poderão retomar à rotina, incluindo as brincadeiras. "Vão conseguir jogar, caçar, pescar e nadar", explicou Ferreira. Os recursos foram doados aos meninos por uma empresa, em parceria com a organização. "As próteses são reforçadas, diferenciadas para o habitat", explicou o gerente da instituição, Alexandre Lapenna.

No futuro, com o desenvolvimento dos corpos, Natalino e Clebson terão de receber novas próteses. Por enquanto, eles se preocupam somente com a adaptação e fisioterapia em Campinas, por até dez dias, antes de voltarem para casa. "Ele disse que vai querer chegar à aldeia, andar pelo mato", brincou Marubo ao traduzir o que o filho comentou à reportagem da EPTV, afiliada da TV Globo.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde disse que equipes multidisciplinares de saúde indígena realizam "constantemente" visitas programadas às aldeias, nas quais são realizadas ações de atenção básica. Além disso, o governo afirmou que o soro antiofídico "também é ofertado durante essas visitas. Contudo, só pode ser administrado sob demanda e por profissionais da área de saúde".

Índios da Amazônia recebem próteses em clínica de Campinas (Foto: Pedro Santana/ EPTV)G1

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Cientistas desenvolvem prótese robótica para a perna controlada pelo cérebro


Sensores na prótese captam os impulsos nervosos enviados para a parte do membro que foi amputada e os utilizam para realizar os movimentos

Perna robótica: dispositivo capta impulsos nervosos enviados pelo cérebro para o membro e realiza o movimento mais parecido possível

Pesquisadores americanos estão testando uma nova prótese robótica para a perna. O dispositivo capta os impulsos cerebrais relacionados ao movimento do membro que foi amputado e os utiliza para movimentar o joelho e o tornozelo mecânicos, provocando um movimento mais natural. A "leitura" dos impulsos é feita por sensores que ficam na perna do usuário, recebendo as informações enviadas aos nervos responsáveis pela movimentação da região.

O primeiro paciente a testar o dispositivo é um homem de 31 anos que teve a perna amputada acima do joelho, após um acidente de motocicleta em 2009. Com a perna robótica, ele consegue andar e subir e descer escadas e rampas, sem precisar de nenhum tipo de controle.
O que permite que a perna se movimente de acordo com a vontade do usuário são os impulsos que o cérebro envia para controlar o membro – mesmo após a amputação. Os nervos que se ligavam à parte inferior da perna, que foi amputada, foram redirecionados para músculos saudáveis da coxa, em um processo denominado reinervação muscular dirigida. Assim, os sinais que o cérebro enviaria para o tornozelo, por exemplo, não se perdem. Por meio de eletromiografia, uma técnica que capta os impulsos elétricos dos músculos, a perna robótica recebe os sinais enviados pelo cérebro e realiza o movimento próximo do que a perna real executaria.
O estudo, liderado por Levi Hargrove, do Instituto de Reabilitação de Chicago, nos Estados Unidos, foi publicado na semana passada, no periódico New England Journal of Medicine. Os pesquisadores divulgaram ainda um vídeo, em que o paciente aparece utilizando a prótese. “Até onde temos conhecimento, esta é a primeira vez que sinais neurais foram usados para controlar uma prótese de joelho e tornozelo motorizada”, afirma o pesquisador.
Braços e pernas – Um sistema parecido tem sido utilizado em braços robóticos, mas no caso dos membros inferiores, o desafio é maior. Segundo Hargrove, a principal diferença é que pessoas que usam uma prótese robótica no braço não correm o risco de cair caso os sinais sejam lidos de forma incorreta. “A prótese para a perna precisa ser capaz de sustentar o peso da pessoa e gerar força suficiente para fazê-la subir escadas”, diz o pesquisador.
A prótese ainda apresenta algumas limitações. Os pesquisadores pretendem reduzir seu peso – que atualmente é de cerca de quatro quilos e meio – diminuir o barulho que ela faz e aumentar a duração da bateria, além de reduzir a taxa de erros de movimento.

Revista Veja - 02/10/2013




quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Etapa Final do XVI Campeonato Paulista de Basquete Sobre Rodas


No sábado, 28 de Setembro de 2013, foi realizado no Ginásio Romão de Souza, na Cidade de Jundiaí – SP, a Etapa Final do XVI Campeonato Paulista de Basquete Sobre Rodas, no qual contamos com a participação de 8 equipes totalizando 160 pessoas entre atletas e comissão técnica.
Estiveram presentes na Cerimônia de Encerramento a Sra. Naise Pedrosa (Presidente da Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas), Sra. Maria de Fatima (ex técnica da Seleção Brasileira), o Sr. João Guilherme, representando a Secretaria Adjunta de Esportes de Jundiaí e o Sr. Alexandre Oliveira (Gerente da Fubelle Premium – patrocinador da etapa final).
O evento iniciou-se as 9h00 com a disputa de 3º lugar da Segunda Divisão, no qual a Equipe do CPSP de São Paulo venceu o GAADIN de Indaiatuba por 55 x 43. O Segundo jogo as 11h00,  foi entre as equipes Magic Hands e CAD SP que disputaram entre sim quem ficaria na terceira colocação da Primeira Divisão e dessa vez quem se saiu melhor foi o Magic Hands 63 X 43 CADSP.
As 13h00 com o  jogo mais emocionante do dia, muito disputado do começo ao fim, foi entre as equipes AAPP (Piracicaba) e ADAPP (Presidente Prudente), Sagrando-se Campeã da Segunda divisão  a equipe de Presidente Prudente que venceu Piracicaba por 53 x 42.
E o Campeão da Primeira divisão foi  o CAD de São José do Rio Preto que venceu a equipe ÁGUIAS/GLAMURAMA por 70 x 48, sendo assim o CAD RP sagre-se Tri-Campeão do Campeonato Paulista.
Os cestinhas da competição foram Tercio Garcia (ADAPP – Presidente Prudente) com 211 pontos no geral – Segunda Divisão e Luciano Felipe Silva (AGUIAS/Glamurama) – Primeira Divisão com 325 pontos no total.
A Federação Paulista de Basquete Sobre Rodas, agradece a todos os participantes e principalmente ao público que esteve presente durante todo evento, estiva-se que no jogo final as 15h00, estiveram presentes no ginásio cerca de 800 pessoas que torceram e se emocionaram com nossos atletas paralímpicos.




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Novo Joelho POWER KNEE - OSSUR


Único joelho movido por um motor, o POWER KNEE realmente está em uma singular.


- Fornece fases de apoio e balanço motorizado para subsitituir a função muscular perdida.

- Em fase de apoio oferece estabilidade sem precedentes.

- Em fase de apoio reduz a fadiga no lado bom quando em pé e permite subida de escadas em degraus alternados.

- Em fase de balanço possibilita um caminhar mais natural, reduz esforços e previne tropeços.

- Usuários de alta atividade com grande perda funiconal dizem que o POWER KNEE restaura a resistência e, assim, ele pode ir mais longe.

- POWER KNEE tem demonstrado significativa redução no tempo de reabilitação em casos de amputados transfemorais recentes.


OBS: Compatível com uma grande variedade de pés FLEX-FOOT


Especificações Técnicas

- Peso máximo do paciente: 165 Kg
- Peso líquido: 2,7kg sem bateria
- Peso da bateria: 0,49 Kg
- Altura: 275 mm
- Autonomia da bateria: 10-13 horas


Outras Informações

- O Kit do POWER KNEE inclui: 2 baterias recarregáveis e um carregador


Garantia / Serviço

- 36 meses de garantia para o joelho e o carregador e 12 meses para as baterias.
- Inclui uma revisão aos 20 meses.


MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE ESTE PRODUTO: 

- Ligue (19)3231-1318 / 3231-9746 / 3236-7676;


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segunda-feira, 24 de junho de 2013

DARPA desenvolve mão robótica como a de Luke Skywalker


Pessoas que perderam seus membros, como braços e pernas, podem um dia recuperar a sensação real de encostar em objetos, graças à DARPA e pesquisadores da Case Western University. Eles criaram o que antes só existia em filmes de ficção científica: uma tecnologia que pode devolver a capacidade de sentir, utilizando o que está sendo chamado de Flat Interface Nerve Electrode (FINE).
RE-NET, programa no qual esta tecnologia foi desenvolvida, estuda a longevidade e viabilidade de interfaces neurais conectadas diretamente ao cérebro. Este eletrodo provê a resposta sensorial direta, por ficar ligado aos nervos reais que permaneceram intactos no membro do paciente.
Então, em vez de depender de um feedback visual, como acontece nas próteses convencionais, tudo o que a pessoa precisa é simplesmente sentir ou tocar o objeto em questão. Em outras palavras, o usuário recebe os impulsos elétricos que os sensores do braço robótico registram ao entrar em contato com qualquer superfície. Para o cérebro, trata-se de uma mão de verdade.
Soa familiar certo? Eu disse. É praticamente a mesma coisa que aconteceu com Luke no Episódio V, quando ele recebeu uma mão biônica.
“Com o programa RE-NET a DARPA assume a missão de dar aos veteranos que foram feridos nas guerras as próteses mais avançadas que nossa tecnologia pode criar” – disse Jack Judy, coordenador do estudo. E completa: “Esperamos que estas habilidades de controle e resposta sensorial possam aumentar e que isso se torne algo amplamente disponível no futuro.”
Vale lembrar que existem vários projetos relacionados à próteses assim, alguns até bem avançados, mas nenhum tinha conseguido devolver a sensibilidade com este nível de precisão.
Veja abaixo um vídeo publicado hoje, que mostra os testes com o braço robótico:
De qualquer forma, o grupo deixou claro que vai continuar a avaliar este tipo de programa somente até 2016. Vamos esperar que uma solução comercial seja criada antes disso.

sábado, 1 de junho de 2013

Próteses Personalizadas, viram verdadeiras obras de arte



Não são nada convencionais as próteses projetadas pelo Técnico Wagner Mathias da Ortopedia Fubelle de CampinasHoje muito usado por pessoas que gostam de marcar sua personalidade em suas próteses. O objetivo do projeto é oferecer um serviço personalizado para as próteses se destacarem como uma obra de arte única. Suas peças são criadas sob medida e ajudam a manter a autoestima do paciente refletindo a personalidade do usuário. 


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Como funciona a prótese de mão que poderia ser do Exterminador do Futuro


Ver uma prótese de mão totalmente articulada se mexer com sua sua ampla gama de movimentos é sempre fascinante. Nós já vimos a prótese de mão beBionic v3 em ação antes; agora, podemos ver todos os seus movimentos em detalhe. Veja como ela consegue lidar até mesmo com tarefas diárias banais, algo difícil para mãos robóticas, mas essencial para humanos. Afinal de contas, isto não é uma mera demonstração: é um dispositivo destinado a melhorar a vida de alguém. A beBionic demonstra os 14 padrões e posições da prótese de mão v3, e o mais importante: como ela pode ser usada para fazer de tudo, como passar manteiga no pão, usar um mouse de computador, e até resolver um cubo mágico. A mão possui uma função de controle que a deixa delicada o suficiente para segurar um ovo, mas bruta o bastante para esmagá-lo com 140N de força; um conjunto de microprocessadores monitora cada dedo. E você consegue enviar comandos para a mão porque ela “lê” os impulsos elétricos dos nervos que restaram do membro amputado. A mão é feita de fibra de carbono e pesa entre 550 e 600 gramas, dependendo do tamanho e das opções embutidas. Fora isso, não há nada de chamativo – como parar uma bala de revólver usando a mão, ou esmagar uma bola de bilhar – porque para alguém que perdeu um braço, só mexer a xícara de café com uma colher pode ser incrível.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ottobook lança nova Cadeira de Rodas para usuários Ativos



Em evento realizado em São Paulo, que reuniu profissionais da área da saúde, representantes de instituições ligadas as pessoas com deficiência, a Ottobock lançou a cadeira de rodas Ventus – um produto criado pela empresa para atender especialmente as necessidades do consumidor brasileiro.
O principal negócio da Ottobock, tanto no Brasil como na América Latina, é o desenvolvimento de próteses e de componentes relativos. Mas, há três anos, a companhia iniciou projetos no segmento de cadeira de rodas e de lá para cá vem se aperfeiçoando no setor.
“Percebemos a oportunidade de trazer um produto de qualidade para o usuário de cadeira de rodas aqui no Brasil. Para tanto, avaliamos o mercado e que tipo de produtos e conceitos poderíamos trazer. A Ventus é o primeiro produto desenvolvido na matriz da Ottobock (na Alemanha) de acordo com as especificações do mercado brasileiro. Nós discutimos com terapeutas, com profissionais envolvidos nesse segmento e com usuários para saber qual era a demanda, o que já existia e o que estava faltando para atender melhor o consumidor brasileiro”, diz o Diretor da Ottobock para América Latina, Wilson Zampini.
A cadeira foi desenvolvida para atender, de forma mais adequada, o usuário ativo, que busca uma cadeira que proporciona mais agilidade para ele no dia-a-dia. “A partir daí surgiu a Ventus que esta chegando ao mercado para ser uma solução que se adequa a realidade brasileira também em termos de custo e ao mesmo tempo é uma cadeira com a mesma qualidade e durabilidade de um produto internacional. Com isso, temos a certeza de que a Ventus será uma alternativa para o usuário de cadeira de rodas e ao mesmo tempo irá contribuir com o mercado em geral, pois fará com que outros fabricantes de movimentem nessa direção.”
A cadeira de rodas Ventus é totalmente configurável, com peso estrutural abaixo de 8 Kg e um peso total de cerca de 11 Kg, para um tamanho 40x40cm. Além disso, 14 opções de cores estão disponíveis para a escolha do usuário. “As principais características dessa cadeira são funcionalidade, qualidade, opções e acessórios são divisores de água em seu segmento. Com a Ventus foi desenvolvida uma cadeira de rodas ativa, moderna, com equipamentos de qualidade máxima e com design atraente”, conclui o gerente comercial da Ottobock do Brasil, Ricardo Oliveira.



Caso queiram conhecer este produto mais de perto, faça-nos uma visita a:

FUBELLE PREMIUM
Rua Conceição, n. 242, Centro 
Campinas / SP,
Fones: (19) 2513-5118 e 2513-5346
site: www.ortopediafubelle.com.br
e-mail: comercial@fubellepremium.com.br

Temos em várias medidas, em várias opções de cores e o melhor preço do mercado.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PRIMEIRO IMPLANTE DE PRÓTESE ROBÓTICA CONTROLADA PELO PENSAMENTO
















Os impulsos elétricos que vêm pelos nervos do paciente serão capturados por uma interface neural que os enviará através do implante de titânio, tornando o equipamento uma prótese biônica verdadeira. [Imagem: Integrum]



Muitos cérebros

Já está agendada a primeira cirurgia para implantar em um paciente um braço robótico controlado pelo pensamento.
O implante será feito até Janeiro na Universidade de Chalmers, na Suécia, pelo grupo do Dr. Max Ortiz Catalan.
A cirurgia será um marco longamente esperado de uma área tipicamente multidisciplinar que, além dos cirurgiões, reúne neurologistas, roboticistas, engenheiros de diversas especialidades, programadores de computador e matemáticos.
"Nossa tecnologia ajudará os amputados a controlar um membro artificial de forma muito parecida com o que eles faziam com sua mão ou braço naturais, usando os próprios nervos e músculos remanescentes," disse Catalan.



Prótese com controle neural

Desde os anos 1960 existem próteses controladas pelos impulsos elétricos dos músculos, mas a tecnologia de controle parece não ter progredido desde então.
Isto fez com que recentemente uma associação médica europeia lançou um manifesto afirmando que era inaceitável a qualidade atual das chamadas próteses robóticas:
O problema é que existem mãos e braços robóticos muito precisos e avançados, mas é muito difícil controlá-los, o que impede que elas virem próteses de fato e cheguem aos pacientes.
Por isso foi preciso esperar tanto tempo até que fosse possível receber diretamente os impulsos do cérebro.



Biomecatrônica

"Nós desenvolvemos uma nova interface bidirecional com o corpo humano, juntamente com um sistema de controle intuitivo e natural," disse Catalan.
Outra exigência para um funcionamento mais suave das próteses robóticas foi a osseointegração - em vez de ser conectada ao braço por um soquete, a prótese será ligada diretamente aos ossos do paciente por meio de um implante de titânio.
"A osseointegração é vital para o nosso sucesso. Nós agora estamos usando a tecnologia para conseguir um acesso permanente aos eletrodos que serão ligados diretamente aos nervos e músculos," explicou o pesquisador.
Atualmente, os eletrodos que captam os sinais elétricos são postos sobre a pele, o que altera os sinais conforme a pele se move ou o usuário transpira. O resultado é tão ruim que 50% dos pacientes que experimentam as atuais próteses robóticas desistem de usá-las.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ultraman


Paratriatleta norte-americano vem ao Brasil para participar de ultramaratona realizada em trilhas no interior de São Paulo

O norte-americano Andre Kajlich, que perdeu as pernas em um acidente no metrô de Praga







O norte-americano Andre Kajlich, que perdeu as pernas em um acidente no metrô de Praga
RESUMO :

O paratriatleta norte-americano Andre Kajlich, 33, será o primeiro cadeirante a participar da ultramaratona em trilha Brazil 135, que tem um percurso de 217 quilômetros na serra da Mantiqueira e começa hoje em São João da Boa Vista (SP), e vai até domingo. Atropelado por um trem no metrô de Praga na manhã de 7 de dezembro de 2003, ele perdeu a perna esquerda e teve a direita amputada pouco acima do joelho.
Foi numa madrugada de dezembro de 2003, eu tinha 24 anos. Recebi meus amigos em casa, em Praga, onde eu estudava química. Fiz burritos para a turma e depois fomos para a balada, ficamos na rua a noite toda.
Finalmente nos despedimos, disse tchau para um amigo e acordei três semanas depois, em uma cama de um hospital, sem as duas pernas.
Ninguém sabe exatamente o que aconteceu. Eu tinha caído nos trilhos do metrô, o condutor me viu, mas não pôde fazer nada. Um trem inteiro passou por cima de mim.
Quando me tiraram dos trilhos, eu estava praticamente morto, sem pressão. Mesmo assim, eles foram capazes de me salvar. Quebrei um braço, várias costelas, tive os pulmões perfurados, o fígado foi atingido. Perdi toda a perna esquerda, não sobrou nada, e a direita foi amputada acima do joelho.
Antes do acidente, eu praticava esportes para me divertir. Gostava de futebol, golfe, esqui, snowboarding, windsurf. Adorava experimentar coisas novas.
Depois, fiz um trabalho de reabilitação e consegui voltar a ter vida social, estudar -completei o curso em Praga. Em 2008, já de volta aos EUA, me falaram do triatlo e eu participei de uma prova de revezamento. Foi muito bom sentir o coração batendo forte novamente. Fui em frente.
Eu não corro. Com esse nível de amputação, andar já é incrivelmente difícil. Correr, esqueça. No triatlo, não uso a prótese na natação, os braços fazem força e carregam o resto do corpo.
Em geral, nas competições bem organizadas, quando a gente sai da água há dois homens que nos pegam e colocam em uma cadeira de rodas comum. Com ela, vou até a área de transição e pego a bicicleta em que a gente "pedala" com as mãos. A terceira parte faço na cadeira de rodas de corrida.
Passei a treinar e consegui me classificar para competir no Ironman de Kona, no Havaí, o mais importante do mundo. São 3.800 m de natação, 180 km de bicicleta (no meu caso, bicicleta de mão) e uma maratona (42,145 km), na cadeira de rodas de corrida. Também participei do Mundial de triatlo, em Pequim. Fui prata.
Com as conquistas, hoje tenho alguns apoiadores. No início, eram só a família e os amigos. É tudo muito caro: só as próteses que uso custam mais de US$ 100 mil (mais de R$ 200 mil).
Eu ouvi falar da Brazil 135 em um programa de rádio, nos EUA, e fiquei curioso. Será minha primeira corrida em trilha, não sei o que pode acontecer. Fiz alguns treinos em montanhas nos EUA, em neve, gelo e barro, e me saí bem com essa cadeira especial que montamos.
Basicamente, as rodas de trás são de mountain bike e a roda da frente é de uma bicicleta infantil.
O que me preocupa são as montanhas. Há trechos curtos muito íngremes, em que a gente pode chegar ao esforço máximo e ficar exausto muito rapidamente. Talvez eu tenha de sair da cadeira e puxá-la nesses momentos...
É nesses grandes desafios, cheios de incertezas, que se aprende mais. Hoje vejo meu acidente de uma forma muito positiva, por causa das poderosas experiências de vida.