quinta-feira, 5 de junho de 2014

7 Tecnologias que Transformarão você em um ciborgue na década que vem


Apesar dessa história não passar de ficção, estamos sempre recebendo notícias sobre os avanços conquistados na área da robótica. Já é rotina ler sobre androides que estão cada vez mais similares aos humanos, ganhando tecidos sintéticos que os deixam com uma aparência menos artificial e chegando até a representar movimentos físicos que possuem certa fluidez.
Mas pouco é dito sobre o processo inverso: com o passar do tempo, recebemos implantes e acessórios que nos transformam em verdadeiros ciborgues. A cada novo avanço, estamos nos distanciando da figura humana natural e de proporções perfeitas, como no conceito do Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, que é a base do infográfico deste artigo.
Há anos o ser humano recebe implantes eletrônicos como o marca-passo, as próteses de membros e até operações temporárias envolvendo órgãos artificiais. Aqui, contudo, abordaremos as tecnologias que prometem levar nosso corpo para limites nunca antes atingidos – cada vez mais perto da divisa entre homem e máquina.

O display que tudo vê

O primeiro avanço é um acessório. Revelado no final de abril por pesquisadores alemães da Fraunhofer IPMS, o primeiro microdisplay direcional de rastreamento visual é um monóculo, que serve para exibir informações refletidas diretamente no globo ocular do usuário.
A partir do uso de realidade aumentada, é possível ler sem problemas as informações exibidas na tela. Movimentos específicos do olho seriam utilizados para alternar entre as diferentes opções do aparelho.
(Fonte da imagem: Fraunhofer / IPMS)

Como vários aparatos de alta tecnologia, inicialmente o microdisplay será exclusivo para fins militares. Enquanto não há previsões para utilizá-lo de forma comercial, só nos resta sonhar com o que é especulado: o display poderia servir para assistir a vídeos, reconhecer sinais vitais e até obter informações sobre as pessoas captadas pelo sensor, através de redes como o Facebook.

Um grande salto para a humanidade


(Fonte da imagem: Össur)


Implantes que devolvem a capacidade de andar a quem perdeu a perna por algum motivo não são as mais recentes novidades no mundo da tecnologia. O destaque é o avanço conquistado na área, permitindo o desenvolvimento de próteses cada vez mais impressionantes.
A empresa Össur anunciou o desenvolvimento da prótese biônica mais avançada até então. A grande novidade é a integração entre os mecanismos que simulam o pé, o joelho e a perna, fazendo com que não seja necessário calcular com precisão cada passo durante uma caminhada.
A união entre poderosos sensores e esses aparelhos, que apresentam o que de mais avançado há em biomecânica, proporciona uma inteligência artificial única para a prótese, que se torna capaz de ajustar-se automaticamente para funcionar sem problemas em terrenos com superfície rochosa, por exemplo.
No futuro, ter uma perna biônica mais rápida, forte e resistente será bem mais vantajoso do que uma perna humana. 

A mente domina os braços

(Fonte da imagem: Ryerson University)

Próteses nos braços também já existem, mas o que foi desenvolvido por estudantes da Ryerson University, no Canadá, vale a citação: o Artificial Muscle-Operated (AMO), uma prótese cujos movimentos são controlados por ondas cerebrais.
O movimento desejado vai do cérebro a um sensor, que identifica e envia esses dados para um minicomputador localizado no aparelho, que enfim executa a ação. Os músculos artificiais realizam movimentos bastante humanos, como contração e expansão, tudo através de ar comprimido, localizado em um tanque  que pode ficar no bolso do usuário.
Outro pioneirismo do invento é que a implantação ocorre sem a necessidade das chamadas cirurgias invasivas, um processo de realinhamento muscular que encarecia os custos médicos. Desse modo, o mesmo principio da perna biônica se aplica aqui: o braço robôtico pode ficar melhor que o nosso.
Por enquanto, o aparelho ainda tem limitações, como a necessidade usar também um capacete para controlar os movimentos. Mas alguém duvida que essa barreira também será ultrapassada em breve?

Sentindo na pele

A nanotecnologia já está entre nós. Apesar de ser um avanço lento, complexo e que demanda altos custos, ela parece valer a pena, principalmente quando pode ser usada para a medicina – e para deixar o corpo humano ainda mais desenvolvido.
A inovação em questão veio do MIT, o Instituto Tecnológico de Massachusetts: a criação de partículas microscópicas em forma de nanotubos, que agem como um sensor biométrico. Implantadas em qualquer parte do corpo, elas não alteram o funcionamento de nenhum sistema e não são absorvidas por qualquer outra atividade do organismo, como a digestão.
(Fonte da imagem: MIT)

Mas qual é o objetivo de implantar esses dispositivos minúsculos? Por enquanto, os estudos apontam para um diagnóstico imediato, pois alguns elementos químicos presentes nas partículas estão preparados para reagir e emitir um brilho diferenciado quando algo está errado no corpo do paciente, como o surgimento de um tumor, por exemplo.
Além disso, esses sensores podem ganhar novas funções, como a capacidade de automedicação. Desse modo, com a ocorrência de anormalidades, remédios presentes nesses nanotubos seriam imediatamente liberados no sangue, eliminando a necessidade de ingerir pílulas ou realizar baterias de exames, por exemplo.

Está tudo em sua cabeça

Já pensou em controlar eletrônicos sem a ajuda de nenhum controle remoto? A solução é simples: implante um chip com a tecnologia RFID! Agora é só instalar um leitor que use o mesmo mecanismo em seus aparelhos, para fazer com que ele reconheça o sinal transmitido pelo chip.
(Fonte da imagem: dvice)

São inúmeras as utilidades que isso pode proporcionar. Com o devido desenvolvimento dessa tecnologia em escala comercial, seria possível abrir portas, desbloquear celulares, computadores e outros gadgets que operem hoje com senhas ou identificação biométrica, por exemplo. Segundo os pesquisadores da área, a cirurgia de implantação e a permanência do chip não causam nenhum efeito colateral no usuário.

Nada natural

Com o avanço da idade, é perfeitamente natural que nossos órgãos comecem a apresentar falhas. Para alguns cientistas, entretanto, isso está errado. Esses componentes do nosso organismo não precisariam envelhecer e parar de funcionar, porque sua criação ou composição seria artificial.
São duas as possibilidades: criar um órgão totalmente mecânico ou desenvolver uma “cópia”, a partir de células-tronco do paciente. A produção em massa desses órgãos, se superados problemas como custos e compatibilidade do organismo do paciente, poderia diminuir consideravelmente a fila de transplantes em hospitais.

A Espanha é um país pioneiro nessas pesquisas, prometendo para até dez anos o início da produção efetiva de órgãos bioartificiais. Como a maioria dos experimentos, apenas a substituição em animais foi efetiva até agora. Mas dá para manter as esperanças, afinal esse é sempre o primeiro passo para aprovar o uso de novas tecnologias em humanos.



Cyberdyne faz demonstração de exoesqueleto criado para ajudar pessoas com problemas motores

Apresentado no Cybernics International Forum deste ano, o exoesqueleto HAL (Hybrid Assistive Limb) vem cheio de promessas e esperança para as pessoas portadoras de algum problema motor ou muscular que impede ou dificulta a locomoção. Além disso, a “roupa” melhora algumas capacidades humanas, como a força. O funcionamento em detalhes.



O HAL em detalhes (Fonte da imagem: Cyberdyne)



A pesquisa e suas aplicações


Segundo o professor Yoshiyuki Sankai, responsável pelo projeto, presidente e CEO da Cyberdyne, enquanto a maioria dos países e empresas estão preocupados em armamento ou melhorias para as tecnologias já existente, o Japão concentra boa parte de seus esforços em melhorar a qualidade de vida daqueles que possuem alguma dificuldade de locomoção.
Ainda não se sabe quando o HAL estará disponível no mercado nem quanto vai custar. Os testes e as demonstrações parecem promissores, mas ainda há alguns ajustes e melhorias a fazer.




Criado por professores e alunos da Universidade de Tsukuba e desenvolvido pela Cyberdyne, o traje detecta, através da pele, os impulsos elétricos enviados pelo cérebro para os músculos. Em seguida, esses impulsos são enviados para os motores presentes no traje, os quais reproduzem o movimento humano.


Qualquer movimento humano tem seu início no cérebro. Quando uma pessoa tem a intenção de se mexer, sinais nervosos são enviados do cérebro para os músculos, reproduzindo o movimento desejado. Alguns sinais podem ser detectados através da pele, e é aí que o traje da Cyberdyne entra.
Utilizando sensores que estão em contato com a pele do usuário, o HAL é capaz de captar os impulsos nervosos enviados pelo cérebro. Baseado no tipo de sinal recebido, o traje é capaz de decidir quais peças movimentar, reproduzindo assim o movimento das juntas do corpo humano.
O traje completo pesa aproximadamente 23 kg e é alimentado por uma bateria com aproximadamente três horas de autonomia.


Isso, de acordo com Sankai, traz um desafio ainda maior, pois não basta construir uma máquina, é preciso entender as necessidades de cada indivíduo separadamente e desenvolver uma tecnologia que consiga atender ao maior número de pessoas possível.

Espera-se que o HAL seja aplicado em diversas áreas. Ele pode ser usado, por exemplo, para a reabilitação de paciente que sofreram algum tipo de trauma ou ainda no apoio a trabalhos pesados em fábricas. Além disso, sempre há como utilizar a tecnologia a favor do entretenimento.