quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Projeto deve facilitar uso de próteses comandadas pela mente

A pesquisa, feita em parceria com a Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, foi publicada recentemente na revista eletrônica PLOS Computational Biology



A mente e o corpo são como duas máquinas bem projetadas, construídas sobre um sistema operacional único. Assim como um computador e um telefone celular do mesmo fabricante, a transmissão de informação entre o cérebro e o resto do organismo ocorre naturalmente e sem erros. Conecte um acessório de origem estranha, e essa harmonia pode apresentar defeitos. É isso que ocorre nas pesquisas que procuram desenvolver próteses controladas pelo pensamento do usuário. Máquina e cérebro não se comunicam de forma eficiente, a conexão sofre com o ruído entre as interfaces orgânica e artificial. Um novo trabalho com a participação de um professor da Universidade de Brasília (UnB) procura resolver esse problema, traduzindo os comandos mentais para a língua computacional.

A pesquisa, feita em parceria com a Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, foi publicada recentemente na revista eletrônica PLOS Computational Biology. O artigo descreve o trabalho de desenvolvimento de um algoritmo que “ensina” ao computador como compreender as intenções do usuário, ao mesmo tempo que ajuda a pessoa a enviar mensagens mais claras para o sistema eletrônico. O programa considera o cérebro como um tipo de codificador de intenções do usuário, e a máquina como um decodificador. A função da fórmula desenvolvida pelos pesquisadores é aprimorar o funcionamento das duas partes ao mesmo tempo, de maneira personalizada e individualizada.

O segredo está na capacidade de aprendizado do sistema eletrônico, que procura interpretar os comandos enviados pelo cérebro e antecipar as vontades do usuário com base em um estudo prévio da mente daquela pessoa. “Primeiro, implantam-se os eletrodos no cérebro, e a máquina é conectada para medir os sinais típicos, como os neurônios disparam naturalmente. Uma vez que temos essa caracterização, resolvemos um problema de matemática com os parâmetros individuais da pessoa. Essa resolução individualiza a máquina para a pessoa, otimizando a comunicação”, explica Donald Pianto, professor do Departamento de Estatística da UnB, que participou do desenvolvimento do algoritmo quando realizava um estágio de pós-doutorado em Columbia, por meio do programa Ciência sem Fronteiras.

Correio Brasiliense - Roberta Machado

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